quinta-feira, 4 de junho de 2009

Homenagem ao Titãs


Titãs é uma banda de rock brasileira formada em São Paulo, na década de 1980. Ativa há mais de 25 anos, tornou-se uma das quatro maiores bandas do do BRock, ao lado de Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. Algumas de suas músicas de maior sucesso são Sonífera Ilha, Flores, Polícia, Comida, Televisão, Marvin, Epitáfio e Diversão.
Formação e Primeiros Trabalhos
A maioria dos integrantes da banda se conheceu no Colégio Equipe, em São Paulo, no final da década de 1970 e, a partir de uma apresentação na Biblioteca Mário de Andrade, no ano de 1981, passaram a fazer shows em várias casas noturnas da cidade.
A primeira formação contava com nove integrantes — Arnaldo Antunes , Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Belloto, Ciro Pessoa e André Jung.
Nos discos seguintes criaram um estilo próprio mesclando elementos de rock'n'roll, punk, hard rock, pop, jovem guarda. "Cabeça Dinossauro", de 1986, considerado um disco básico do BRock, com "AA UU", "Igreja", "Polícia", "Cabeça Dinossauro" e "Bichos Escrotos". Em seguida, "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas" corroborou a permanência da banda no cenário roqueiro brasileiro, emplacando diversos hits: "Comida", "Diversão", "Desordem", "Lugar Nenhum". O quinto disco da banda, "Go Back", foi gravado ao vivo no festival de Montreux, na Suíça, e deu início à carreira internacional. Em "Õ Blésq Blom", ao mesmo tempo em que se pode detectar um começo de experimentalismo, como "O Pulso" e "O Camelo e o Dromedário", há a continuação da trajetória rock, um pouco menos pesada, com "Miséria" e "Flores". "Tudo ao Mesmo Tempo Agora", de 1991, é o último disco que conta com Arnaldo Antunes, que saiu em carreira solo.
Durante dois anos, os Titãs do Iê-Iê percorreram o circuito underground paulista, se apresentando em lugares tão ecléticos quanto o som que mostravam no palco. Não demorou muito para que a performance do noneto despertasse a atenção de uma gravadora. Mas antes da assinatura do contrato com a WEA, ocorreram duas mudanças: Ciro Pessoa se desligou da banda e o Iê-Iê (que sempre era confundido com Iê-Iê-Iê) foi descartado do nome do grupo. O primeiro álbum, "Titãs", foi lançado em agosto de 1984 e trazia "Sonífera Ilha", um verdadeiro fenômeno radiofônico. Uma das músicas mais executadas naquele ano, a faixa levou os Titãs a fazerem sucesso em outros estados do Brasil, além de ter ajudado a banda a realizar um sonho antigo: aparecer na TV, em programas consagrados apresentados por Chacrinha, Bolinha e Raul Gil.

Os Titãs deram a volta por cima no disco seguinte. "Cabeça Dinossauro", lançado em junho de 1986, foi um soco no estômago da hipocrisia com suas letras contundentes. O álbum, que marcava a estréia da parceria com o produtor Liminha, pela primeira vez traduzia no vinil a pegada que a banda tinha ao vivo. Os Titãs puderam sentir a força do LP já no show de estréia no Projeto SP, quando o público cantou todas as músicas, numa época em que as rádios ainda se recusavam a tocar o repertório ousado do disco. O álbum já tinha garantido o primeiro disco de ouro dos Titãs, quando as emissoras se renderam. Além de "Aa Uu", "O Quê", "Homem Primata", "Família" e "Polícia", algumas rádios se davam ao luxo de pagar multa para tocar "Bichos Escrotos", que tinha a radiodifusão proibida pela censura. "Cabeça Dinossauro" bateu a marca das 300 mil cópias vendidas e caiu nas graças da crítica. O disco ficou no topo das principais listas dos melhores daquele ano e até hoje é apontado com um dos mais importantes da história do rock brasileiro.
Em novembro de 1987, "Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas" saía do forno superando todas as expectativas. De um lado do disco, a continuação do rock pesado do "Cabeça", em músicas como "Lugar Nenhum", "Desordem" e "Nome aos Bois". Do outro, mais inovação: o sampler, uma novidade naqueles tempos, dava um tom eletrônico a "Todo Mundo Quer Amor", "Comida" e "Corações e Mentes". A banda ousou novamente ao decidir fazer o show de lançamento do novo álbum em pleno Hollywood Rock de 1988. Valeu a pena correr o risco. A apresentação dos Titãs foi eleita pela crítica especializada a melhor de todo o festival, superando Simple Minds, UB40, Pretender, Simply Red e outros medalhões estrangeiros.

Com o Brasil aos seus pés, o grupo partiu para a estréia internacional. Os Titãs foram os primeiros artistas do país a se apresentarem na Noite de Rock do badalado Festival de Jazz de Montreux. Do show, no dia 8 de julho de 1988, eles trouxeram o LP "Go Back", o primeiro ao vivo da carreira da banda. De volta ao Brasil, a banda viveu uma fase áurea, com shows superlotados e o quinto álbum – que misturava canções dos primeiros LPs a sucessos do "Cabeça e do "Jesus" – nas listas dos mais vendidos. "Marvin", originalmente gravada no primeiro disco, virou um sucesso avassalador nas rádios no fim de 88 e em todo o ano de 89.
Em outubro de 1989, os Titãs lançaram seu disco mais sofisticado até então. "Õ Blesq Blom" reunia a simplicidade dos repentistas Mauro e Quitéria, descobertos pelo grupo na Praia da Boa Viagem, à modernidade das parafernálias eletrônicas de estúdio. Foi da dupla nordestina que os Titãs tiraram o nome do LP que transformou em hits "Flores", "Miséria" e "O Pulso". Com o clipe de "Flores", a banda ganhou ainda um prêmio inédito no país: o MTV Video Music Awards, quando a emissora ainda não tinha sua filial brasileira.
Depois de um disco tão elaborado, os Titãs começaram a sentir falta do bom e velho rock’n’roll. E o disco "Tudo Ao Mesmo Tempo Agora", que chegou às lojas em setembro de 1991, serviu para matar essa saudade. A banda levou ao extremo a volta ao estilo roqueiro: alugou uma casa para as gravações e decidiu se auto-produzir, interrompendo a parceria com Liminha. Com músicas com letras polêmicas – algumas escatológicas – e guitarras distorcidas, o disco mudou a cara dos Titãs. "Será Que É Isso Que Eu Necessito?" garantiu para a banda mais um Video Music Awards da MTV, que tinha chegado ao Brasil em outubro de 1990.
Os Titãs não abandonaram o rock pesado no trabalho seguinte. "Titanomaquia", primeiro álbum da banda sem Arnaldo Antunes – que deixou o grupo para se dedicar à carreira solo –, teve como ingrediente a mais a produção de Jack Endino, responsável por discos da turma grunge, como Nirvana, Mudhoney e Tad. Jack foi importado de Seattle exclusivamente para ajudar os Titãs a darem um acabamento melhor ao som agressivo que queriam fazer naquela fase. O oitavo álbum da banda, lançado em julho de 1993, emplacou "Será Que É Isso Que Eu Necessito?" e "Nem Sempre Se Pode Ser Deus".

No segundo semestre de 1994, ao fim da turnê de "Titanomaquia", os Titãs decidiram pela primeira vez tirar um ano de férias para que cada um pudesse tocar seus projetos paralelos. Paulo Miklos e Nando Reis lançaram discos solos, Tony Bellotto escreveu seu primeiro livro, Marcelo Fromer produziu outros músicos e Charles Gavin passou um período em Londres fazendo curso de produção. Os Titãs, porém, não ficaram muito tempo longe um do outro. Nessa época eles fundaram, em parceria com a WEA, o selo Banguela, responsável pelo lançamento de bandas como Raimundos, mundolivre s/a e Maskavo Roots, entre outras. Sérgio Britto e Branco Mello, além de donos, viraram artistas do selo. Eles montaram, com a baterista Roberta Parisi, a banda Kleiderman e gravaram o CD "Con el Mundo a Mis Pies".
A folga acabou em 95, com o lançamento do álbum. "Domingo". O segundo trabalho do grupo com Jack Endino, veio bem mais pop do que os dois trabalhos anteriores e contou com participações especiais de Herbert Vianna, João Barone, Andreas Kisser e Igor Cavalera. "Domingo" foi disco de ouro e emplacou nas rádios a faixa-título e "Eu Não Agüento", da Banda Tiroteio, a primeira canção gravada pelos Titãs que não foi composta por um dos músicos do grupo.

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