segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O doce amargo gosto de você (parte 3)

Acordo no meio da noite, a mão ainda sangrando muito, e o frio tomando de conta de meu lado externo... A pele começa a se arrepiar, o sentimento de medo e pavor a todo instante pareçe insistir em não sair de mim. A adrenalina subiu para a cabeça, parecia que eu ia enlouqueçer de tanto medo, nunca me vi num lugar como aquele!
A única visão de luz que tinha-se naquele momento era a luz da lua, na qual estava cheia e iluminava toda a floresta na qual eu me encontrava... Sons de passos de animais estavam por toda parte, sons de macacos, ruídos de cobras se rastejando pelo chão cheio de folhas das árvores, o momento era de muita tenção. Para agravar mais ainda o meu pavor, começo a escutar rugidos de onças pelo local, corro em disparada dentro da trilha na qual eu não fazia  a menor ideia de onde ia dar! Começa a chover muito forte e o frio só crescia a cada passo que eu dava

Começo a pensar na minha casa, nos meus amigos, em tudo o que me rodeava e as lágrimas são inevitáveis de não rolarem pelo meu rosto... Correndo pela trilha e com a mão direita em cima da mão esquerda tentando estancar o sangue que insistia em não parar de escorrer. Logo vejo que Lúcifer esta em cima de uma pedra e me chamando com a mão e diz assim - Ei vem pra cá!-
Subo em para onde ele se encontrava e percebo que ele não estava nem um pouco molhado, ja eu, estava todo encharcado
. Lúcifer me pega pelo braço (sempre com bastante força) e me leva para uma cabana caíndo aos pedaços, super destruída mas com o telhado intacto, e me pergunta
-O que achou da floresta? Sentiu a emoção de estar dentro de uma selva?- Senti um ar de ironia na fala dele... E mais uma vez o questionei - O que significava todos aqueles ruídos? E aqueles sons apavorantes?- Ele responde... - A floresta, como ja tinha lhe explicado, é a sociedade na qual vocês, seres humanos, vivem, os ruídos são as ameaças e os problemas que você enfrenta todo dia e ao mesmo tempo se sente ameaçado e começa a correr para se livrar logo deles! É isso que todos vocês, humanos fazem! Correm ao invés de encarar seus medos e seus problemas!-

Percebi que Lúcifer tem um tanto de nojo dos seres humanos, ele sempre falava de uma forma como se estivesse com ódio e sem hesitar perguntei mais uma vez... - Por que sente tanta raiva ao falar de nós, seres humanos?-
Ele dar uma gargalhada de ironia (uma gargalhada que só vejo nos filmes de terror...) e responde -Por que vocês, seres humanos, são hipócritas, não se decidem, são emotivos, tentam se igualar as forças que estão acima de vocês com sua sabedoria, com seus questionamentos, mas nada disso faz com que vocês se tornem seres especiais, apenas causam mais revolta e ódio em mim!-

Não entendia mais uma vez o porque de tanta revolta e tanto ódio com nós seres humanos e mais uma vez, sem entender também o que eu estava fazendo ali!
Lúcifer sai  da cabana, e eu fico sentado no chão, apenas com a luz da lua, e o ponto de brilho dele ia desapareçendo a medida em que ele ia se distanciando da cabana onde eu me encontrava... A dor na mão começa a diminuir, o sangue se estanca por alguns instantes e eu novamente me deito no chão e começo a pegar no sono...



1hora depois....


- ACORDA!!! ACORDA!!!- Era Lúcifer de volta, ainda estava escuro e ele traz para mim um verdadeiro banquete! Tinha de tudo, frutas, sucos, café, pão etc...Uma mesa posta, e várias coisas na qual eu adorava comer... Lúcifer me convida a comer com ele, a luz do sol começa a brilhar novamente e a chuva ja estava se dissipando . Lúcifer não diz uma palavra se quer e eu fico louco para perguntar a ele o que eu estava fazendo ali...
 -Lúcifer, o que eu estou fazendo aqui? Por que eu vim parar aqui? O hospital, como eu sai de la? ...- um monte de questionamentos viam a minha cabeça...
- Você vai entender... Mas não agora! Seja paciênte e termine seu percurso! Ah e antes que eu esqueça, perto do rio tem roupas novas, pode se lavar e trocar essa roupa que pareçe estar imunda!!!-

Disse ele... Depois dessa simples conversa, ele sai da cabana em direção para onde, não sei! Fui á margem do rio, vi que tinha uma bata verde, que parecia mais aquelas roupas de magos dos livros infantis que eu costumava a ler quando era criança... Tirei a roupa, e me joguei nas águas do rio... Tomei um banho que parecia ser revigorante!
Quando saí da água, olhei para minha mão, estava curada!!! Parecia que não havia mais corte, eu cheguei a tomar um susto... Parecia que nunca tinha aconteçido nada , meu corpo estava disposto, nunca me senti tão disposto assim há anos!!!!!!!
Após esse susto, pego minha roupa velha e jogo no rio, para que as águas a levassem... Me visto com a roupa nova e cheirosa que acabara de receber e calço as sandálias , eram tão macias e tão delicadas que parecia que eu estava nas núvens...

Volto a caminhada... Ja saciado da fome e da sede, e com o corpo super disposto a uma longa caminhada, começo a apreciar a floresta... 
Parecia que os galhos se comunicavam comigo, as árvores me indicavam o caminho para onde seguir e os animais sorriam para mim com um olhar de afeto, começei a achar que estava literalmente no paraíso!
Após 10 minutos de caminhada, vejo mais uma porta a frente... fico na dúvida, abro ou não?










Continua...

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